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"Cada ESCOLA é uma escola. Cada PROFESSOR é um professor. Cada TURMA é uma turma. Cada ALUNO é um aluno.
Que bom que assim seja! Vamos por isso buscar o encontro dos nossos pontos comuns e CRESCER
com a troca do diferente de cada um de nós".

William Shakespere

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Formação de professores

Telma Araújo, educadora

Na última sexta-feira tive a oportunidade de vivenciar um dos melhores momentos da minha vida profissional. Em uma instituição de Educação Infantil, em Pititinga, sou responsável pela Formação de Professores através de encontros quinzenais. Ao chegar ao espaço educacional o primeiro passo foi conscientizar a comunidade escolar do seu papel como educador na educação e cuidados com as crianças assistidas. Sobretudo com o grupo docente, consideradas e chamadas "monitoras".

Discutindo a importância da Educação Infantil no desenvolvimento das crianças, percebi nas professoras a falta de conhecimento teórico acerca do educar/cuidar/brincar nesta modalidade de ensino. Diante do interesse de todas, preparei nossos encontros da seguinte forma: pela manhã discutíamos textos sobre o perfil do educador infantil; as diretrizes da Educação Infantil; o que significa o educar, o cuidar e o brincar; um pouco sobre Piaget e suas teorias; a legislação e a Educação Infantil, além do importante papel da família nesse processo; à tarde, as oficinas. Surgiram muitos questionamentos, vontade de aprender como se faz educação e da melhor maneira. Perguntaram-me se apenas com a Formação realizada já estariam prontas para mudar a metodologia até então aplicada. Respondi que não. A necessidade maior seria a procura de um curso em nível superior. Falamos mais sobre a Lei de Diretrizes e Bases e os artigos que estabelecem a exigência da qualificação desses profissionais. Ao retornar na semana seguinte, a boa notícia: Todas buscaram informações sobre o curso de Pedagogia oferecido em um município próximo. Inscreveram-se, estudaram e fizeram o vestibular. Esperam ser aprovadas para aprender "a ensinar". Digo que elas aprendem muito com as crianças e vice-versa.

Uma grande preocupação das professoras residia na ausência da família (pais) sobre o trabalho ali desenvolvido. Decidimos que em 2011 o quadro seria outro. Levantei alguns questionamentos e partimos para estudar a família no contexto escolar. Após os estudos e discussões, elaborei uma estratégia de receber essa família antes do início das aulas de forma bem dinâmica. Durante os estudos, nas oficinas, o grupo preparou o material pedagógico a ser trabalhado em sala de aula, além dos painéis para serem expostos na sala, sob o cuidado de distribuí-los corretamente nos espaços indicados.

Foi na sexta-feira que recebemos os pais e familiares. Preparamos três espaços: um salão em forma de auditório; um espaço pedagógico com todos os materiais a serem utilizados durante o ano letivo - aqui montamos cinco mesas com uma professora responsável por cada uma para apresentar o material exposto e sua função no processo educativo. Mais adiante preparamos três salas em oficinas de jogos, artes e brincadeiras.

Iniciamos conversando sobre a Instituição e sua importância, da educação e dos cuidados das crianças. Dissemos que o brincar é coisa séria e que fazia parte do nosso trabalho. O diálogo surgiu a partir de uma pergunta feita por uma mãe bem jovem: O que é que o meu filho vai fazer o dia todo aqui? Deu-se o momento mais esperado - falar sobre a rotina na instituição infantil. Muitas perguntas surgiram e respostas foram dadas. Em seguida convidamos os participantes, cerca de 80% do esperado, para conhecer e aprender no Espaço Pedagógico. As professoras, tratadas assim, fizeram uma apresentação impecável e os pais maravilhados com aquele momento queriam saber de tudo. Ao se deparar com o material do filho, cuidadosamente organizado, uma mãe chorou copiosamente, emocionando a todos que estavam ali. Finalmente, convidamos todos a procurarem sua oficina conforme a cor da sua senha e tive o cuidado de informá-los: Ao entrar nas salas vocês terão apenas 3, 4 ou 5 anos, não se esqueçam disso - serão crianças outra vez! Registramos tudo: pais dançando, brincando, pulando, jogando, escrevendo, desenhando, pintando. Todos FELIZES! Ao final de tudo pedimos que registrassem num grande cartaz o sentimento daquela tarde e suas expectativas. As opiniões nos encheram de orgulho e de responsabilidades, também.

Espero, sinceramente, que tudo aquilo que foi discutido e apresentado seja posto em prática durante esse ano que se inicia, 2011, mesmo que eu não esteja mais presente. O pouco tempo ali já valeu a pena! Aprendi muito mais que ensinei. E, por tudo isso, sou muito grata!

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